Na
sociedade brasileira a qual vivemos percebe-se que algumas normas de
convivência e os valores das pessoas como seres humanos foram jogadas para
debaixo do tapete. Por que somente poucas pessoas praticam o respeito para com
o seus semelhantes? Onde foi parar as palavras civilizadas como: por favor, com
licença, desculpe-me, bom dia, entre outras que denotam respeitabilidade? Vivemos
em um mundo de “ponta cabeça”, que afinal é também o nome do livro do britânico
Christopher Hill, relatando a Revolução Inglesa do século XVII. Segundo esse
Historiador neomarxista, a Revolução é o momento crucial em que o povo toma as rédeas
do movimento na busca de seus direitos, valores e respeitos, antes sendo
privilégio das classes abastadas (ricos). Diga-se de passagem, a Inglaterra do
século XVII foi sacudida pela população para normalizar aquilo que conhecemos
hoje como, Democracia, cidadania, valores e respeito mútuo. Alguns leitores devem
questionar qual a relação entre o resgate dos valores de hoje, sobretudo, no
Brasil, com um evento que surgiu séculos atrás, e mais, em um país totalmente
diferente do nosso. É óbvio que toda comparação tem que ser relativizada no
tempo e no espaço, porém, a analogia está na questão de que toda mudança emerge
do povo, de baixo para cima, como explanou Hill. Em outras palavras se
quisermos resgatar os valores das pessoas perdidas pelo tempo, é de extrema
importância começar pelas nossas atitudes diárias. Por outro lado, a semelhança
entre o “O mundo de ponta cabeça” de Christopher Hill e o nosso, é que na
atualidade, principalmente na nação brasileira, o significado de ponta cabeça
está relacionado ao caos, a falta de respeito para com o próximo e a si mesmo,
visto que valores é algo também intrínseco ao indivíduo. Há dúvidas, que a
sociedade brasileira está de ponta cabeça? Que tal lembrarmos um episódio
recente, quando um aluno do município de Franco da Rocha, após um apagão na
escola, atinge a professora na cabeça, deixando-a gravemente ferida. Quantas
vezes ouvimos pela mídia barbaridades, como filho matando pai e vice-versa. E
os jovens hoje nas escolas, respeitam seus professores, colegas, gestores e
todos os profissionais que ali estão em prol de compartilhar informação,
conhecimento, afeto e valores. E os casais, estão cumprindo com o juramento de
cuidar na alegria e na doença? Não generalizando, mas inclusive entre os casais,
observamos conflitos de toda envergadura, envolvendo famílias e filhos, e em algumas
situações não se escuta mais o com licencia, por favor, bom dia, etc.; não se conversa
e nem se comunica mais, somente ouvem-se gritos. Diante dessa situação, não tem
como negar que este momento da história pode-se denominar de ponta cabeça, infelizmente
no rumo errado. Considerações finais: Esse é o grande desafio do século, resgatar
os valores e isso ocorrerá se acontecer uma Revolução, sobretudo, feita pela
massa, como os ingleses fizeram no século XVI. Agora, vai uma pergunta: como é
a sociedade inglesa de hoje no quesito valores e respeito?
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Twitter: https://twitter.com/albertomarques3
Blog: http://blogdoalbertoprofessoremrede.blogspot.com.br
Blog:
http://albertoviajandonahistoria.blogspot.com.br/
Facebook: http://www.facebook.com/home.php
Cidade:
Hortolândia/SP.