Certamente,
não é de hoje que muitos utilizam a expressão: “O crime não compensa”. Assim, analisando
a conjuntura brasileira, quando a questão é justiça e impunidade, essa velha
frase causa certa dúvida e indignação, sobretudo, ao ser divulgado na mídia: “Irmãos
Cravinhos irão cumprir pena em regime semiaberto”. Inacreditável, os dois são
condenados de matar os pais de Suzane Von Richthofen, e o mais incrível, é que
a própria filha é coautora em forjar o crime. A priori, conforme a defesa, os assassinos
estão recebendo esse benefício porque têm bom comportamento dentro da prisão. Tamanha
ingenuidade, analisar essa situação como bom comportamento, pois segundo Karl
Marx (1818-1883): Existe a possibilidade de o meio influenciar os nossos
pensamentos e ações. Partindo desse pressuposto, qual é o meio que um indivíduo
preso vive? Caótico, restrito de liberdade, (pelo menos deveria ser), é claro.
Qual é o propósito de uma pessoa privado de sua liberdade? Reconquistá-la. Sair
da prisão? Qual será a sua ação? Ser uma pessoa boa, é óbvio? Portanto, cabem
algumas indagações: Esse indivíduo continuará a ter uma conduta legal na
sociedade? Por consequência, não sabemos, mas a certeza que temos é, perde quem
morre, no caso o casal Richthofen. Em
outras palavras, para os mal feitores o crime ainda contínua compensando em
nosso país. Como resultado, para a população fica a indignação, e aos parentes
das vítimas o desespero, sem saber a quem recorrer e a quem confiar. Neste caso
quem acaba perdendo? Todos, pois, um país em que a Justiça é falha compromete a
sua imagem e acaba sendo uma escola para aqueles que querem agir fora da lei.
Entretanto, o sofrimento é maior dos parentes da vítima, que além de perder um
ente querido, tem que conviver com o sensacionalismo da mídia televisiva, que a
meu ver, tende para o lado que lhe convém, ou seja, o que causa Ibope. Quando
os culpados foram presos, foi aquele estardalhaço, agora, pouco se fala sobre o
caso, até cair no esquecimento, omitindo o fato da opinião pública. Casos assim
comprovam que existem dois Brasis: o da impunidade, em que a Justiça acaba
favorecendo uma pequena parcela da população, sejam as celebridades ou os donos
do poder, isto é, quem tem dinheiro leva vantagem em tudo; o outro é o país da
punição, quando uma maioria é punida não por crime, e sim por não ter
segurança, conviver com uma educação pública precária, saúde pública que às
vezes não cura, mas mata, enfim um Brasil dos excluídos, ou melhor, dos
punidos. Considerações finais: Ainda tem gente que diz que vivemos em um
paraíso, pois, aqui não tem terremotos, furacões, vulcões e uma guerra
declarada. Grosso modo, não temos terremotos naturais, mas não escapamos dos
terremotos sociais que sacode a população, a mais necessitada. Diga-se de
passagem, longe aqui de ter furacões e vulcões ou uma guerra declarada, no
entanto, com o modelo político que temos, essas catástrofes naturais seriam
fichinhas. Acorda Brasil!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.