À
luz da reflexão, o título deste artigo foi proferido pelo escritor
pré-modernista, Lima Barreto, que discorria sobre a situação da população
brasileira no final do século XIX, ou seja, um conformismo, alienação e comodismo.
Essa frase foi retirada do livro: Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República
que não foi, do escritor José Murilo de Carvalho, que explana sobre a transição
do Império para a República, em 15 de novembro de 1889 e sem a participação da
massa (povo) nesse processo de transição. De acordo com Carvalho, e o olhar
clinico de Lima Barreto, a população brasileira bestializada, assistiu a tudo de
camarote, sem saber o que estava acontecendo, pois, a República foi proclamada
por uma elite cafeeira, que estava descontente com o Imperador D. Pedro II,
deixando a massa de fora do processo. A
priori, ao refletir sobre o assunto, encontrei a oportunidade para traçar uma
analogia com o atual contexto brasileiro, referente aos quesitos Política e
Corrupção, sobretudo ao entrelaçar presente e passado nas reflexões. A título
de ilustração, o trabalho dos Historiadores é lembrar o que os outros esquecem.
Partindo dessa reflexão, o Brasil tem povo ou público diante do cenário
político, da corrupção desenfreada, da situação precária da educação e da saúde
pública, e de outras mazelas que atingem a população brasileira na atualidade?
Como dizia o Filósofo e escritor francês, Voltaire: “Devemos julgar um homem
mais por suas perguntas do que por suas respostas”. Partindo dessa linha de
raciocínio, a indagação é: se o país tivesse um povo esclarecido e consciente, estaríamos
presenciando Operação Lava Jato e outras politicagens? Em uma nação mais
politizada, o povo não sairia da arquibancada e questionaria a qualidade do
ensino público em nosso país, o preço dos alimentos, dos combustíveis e a
qualidade da saúde pública, PERANTE A CORRUPÇÃO? Povo não conforma com o
calvário, ainda mais, se precisa de hospitais públicos. Um país que tem povo,
não questionaria a sobrecarga dos tributos, que contradiz com um dos menores
salários mínimos do planeta, Enquanto MALAS DE DINHEIRO SÃO ENCONTRADAS? Um
país com um povo esclarecido, não aceitaria a podridão com as participações de
um Presidente da República, Membros do Legislativo e do Executivo, usurpando a
riqueza da nação e envolvidos com a Corrupção em todas as dimensões. Todavia, o que estamos percebendo é um público
que prefere contentar-se com as políticas assistencialistas em detrimento de
lutar por uma nação mais equitativa, na política, na sociedade e na economia,
lutar por melhores escolas, hospitais, segurança, ou seja, por uma vida digna
de uma nação de pagadores de imposto. Considerações
finais: Toda essa carência de indagações e direitos são fruto e reflexo das
nossas escolhas, isto é, podemos ficar na arquibancada e prestigiar o
espetáculo, ou fazer parte dele, cobrando, lutando, questionando. Reflexão: As
Eleições 2018 foram lançadas, assim, precisamos mais do que nunca, neste
momento, deixar de ser público e assumir o papel de povo, caso contrário,
sempre assistiremos aos espetáculos que, a bem da verdade, demoram uma
eternidade para acabar. Um país que tem somente público, espectadores da
arquibancada, em detrimento de um povo ativo, estará fadado a presenciar malas
com somas infindáveis de dinheiro nas fortalezas dos donos do poder. E mais,
patrocinados por nós, afinal esses indivíduos não chegaram ao poder através de
um simples passe de mágica. Somos nós que os escolhemos. Acorda Brasil!!
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador
da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor
de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em História.
Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação –
UNICID/SP.
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