O
que está errado com a Educação Básica Brasileira, principalmente, a praticada
dentro das Instituições credenciadas denominadas escolas públicas, financiadas
com o nosso próprio dinheiro? Diga-se de passagem, resolvi discorrer sobre essa
temática ao analisar os indicadores brasileiros nas Avaliações Nacionais (ENEM),
e os Internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(Sigla em inglês-PISA). Grosso modo, o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
tem como objetivo avaliar as competências básicas da educação em nosso país,
além de subsidiar os estudantes para uma vaga nas Universidades, sejam elas
públicas ou privadas, construindo também indicadores para melhorias na Educação
Básica no país. Por outro lado, o PISA é realizado a cada três anos com jovens
de 15 anos, pela Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico,
avaliando os componentes de Ciências,
Matemática e Leitura, algo imprescindível no contexto escolar. Nota-se, que
os resultados das escolas Públicas não são satisfatórios nos exames, citados
acima. Porém, aqui, focar-se-á no PISA, o exame do ano de 2015. Dessa forma, no
foco CIÊNCIAS (uma das modalidades
avaliadas), os estudantes precisam interagir com os fenômenos científicos no
seu dia a dia, avaliando, planejando experimentos, interpretando dados, evidências
no contexto na qual estão inseridos e resolver situações problemas ou produzir
novos conhecimentos sobre múltiplos fenômenos. Percebe-se ainda, nas escolas
públicas, que permeiam remanescentes estratégias reducionistas, mecanicistas,
outrossim, repetindo fórmulas prontas em detrimento de novas produções
científicas, naturalmente, precisamos de jovens letrados cientificamente. Na
categoria LEITURA, o Exame do PISA
exige que os participantes tenham o domínio de três aspectos da leitura, tais
como: localizar informações, integrar e interpretar, refletir e analisar as
mesmas em todas as dimensões. No contexto escolar da Educação Básica Brasileira
ocorre essas ações? É perceptível avanços ao longo da educação brasileira, mas
lamentavelmente, configura-se estudantes que não conseguem buscar informações
implícitas/explícitas em textos de pouca complexidade, quiçá, argumentar e
resolver problemas, a partir de uma determinada produção textual. Ação assim
fez com que 55,99% dos nossos estudantes ficassem abaixo do nível de
Proficiência. Quando está em questão a MATEMÁTICA,
o Brasil tem o menor indicador. Todavia, nos aspectos matemáticos o estudante é
avaliado nas habilidades: formular, empregar, interpretar e avaliar problemas,
em outras palavras, concebe-se que a maioria dos educandos brasileiros não
consegue formular um problema do seu contexto diário e apreender que a
Matemática está além dos muros das escolas. O resultado disso é que 70% dos
alunos no país estão abaixo do Nível de Proficiência nessa disciplina. Procurar
culpados? Não. Essa ação sempre foi praticada pelos Governantes, culpabilizando
somente os profissionais da educação, isentando a sua parcela de
responsabilidade. Considerações finais:
Na verdade, é preciso um trabalho em conjunto com todos os envolvidos no
processo de aprendizagem: FAMÍLIA
(Corresponsabilidade), ALUNO
(Comprometimento em todas as dimensões), GOVERNO
(Políticas de valorização da Educação) e PROFISSIONAIS
DA EDUCAÇÃO (Comprometimento em busca de resultados). Ressaltando o
estudioso PIAGET: “A principal meta da
educação é criar HOMENS que sejam capazes de fazer coisas novas e não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram”. Consoante a frase
de PIAGET, se faz necessário uma reflexão/ação/reflexão sobre a Educação
Básica, uma análise que envolva todos responsáveis, acima mencionados, uma
educação condizente com o século XXI, caso contrário estaremos fadados à
produção do fracasso escolar, e mais, com a concordância de todos os
envolvidos. Acorda Brasil!!!
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador da Área de
Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos
de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em História. Pedagogo pela
UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em
Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP. Pós-Graduado em
Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Cidade: Hortolândia/SP.