A título de ilustração,
adentramos no ano de 2021. Juntamente com ele, a esperança, no entanto o vírus
da COVID-19, continua, assustadoramente, ceifando vidas em todos os cantos do
Brasil... até se podia imaginar que não seria fácil, mas não tão aterrorizante.
No entanto, o intuito, aqui, não é aprofundar nas causas, motivos e razões. Contudo,
é de grande valia, centrar em um ponto que permeou a mídia e as autoridades
durante a doença: “As decisões sobre a Pandemia foram tomadas em evidências
científicas”, ou seja, um discurso fundamentado na Ciência. Outrossim, a
mídia propagandeou um outro panorama, em que optava pelo descrédito ou negação
da Ciência. Levando em consideração que a linha de raciocínio das pessoas está
embasada nas convicções históricas, sociais, econômicas, filosóficas e
ideológicas, devemos respeitar tais pontos de vista. No entanto, respeitando as
opiniões contrárias aos princípios da Ciência, não significa que sou a favor do
que uma minoria pensava ou pensa sobre a Covid-19, negando o isolamento social,
o uso de máscara, entre outras medidas de prevenção. Fazendo uma analogia e buscando
um embasamento com o passado da raça humana, essa complexidade envolvendo aqueles
que acreditavam na Ciência e o descrédito da mesma, permeou por vários séculos com
muitas discussões. Grosso modo, antes do saber científico, imperou-se na
História da Humanidade várias outras formas de conhecer a realidade circundante,
tais como o conhecimento filosófico, o religioso, o senso comum (algo que vamos
explicar neste artigo), entre outros. Depois de milhares de anos explicando a
realidade através de vários conhecimentos, chega-se ao método científico por
volta do século XVIII. Vale ressaltar que o objetivo aqui, não é negar outras
formas de conhecimento além do científico, e sim, mostrar as especificidades de
cada um, e ainda, respeitá-los tal como são.
Partindo desse pressuposto, antes de emitir juízo de valor sobre a
Ciência e aqueles que não acreditam na mesma, é preciso aprofundar sobre o
Senso Comum e a própria Ciência/Conhecimento Científico. Dessa forma, compreenderemos
o embate viralizado durante a Pandemia – COVID-19. Mas afinal, o que é o
Senso Comum e porque ele difere da Ciência? De modo genérico, o Senso Comum
perdurou durante milhares de anos na história da humanidade, na qual seria o
conhecimento adquirido através das concepções que o indivíduo tem da sociedade
na qual está inserido, uma ação conforme o seu interesse ideológico, passando
de geração para geração. Para COUTRIM (1989, p 27) são: “Conceitos
impressivos, vagos, sem rigor, que não define claramente o seu conteúdo e seu
alcance”. Muitas vezes um conhecimento passado dos mais velhos aos mais
novos. Quantos de nós já não ouvimos falar que se acabássemos de comer e olhar
em um espelho, poderíamos ter congestão? Essa linha de pensamento fez e faz
parte do Senso Comum, quando difere da Ciência ou Conhecimento Científico. Em
suma, o que é a Ciência ou conhecimento científico? De acordo com a literatura e múltiplas
versões e um comum acordo entre os estudiosos, assim como, seguindo o
pensamento de MORIN (2007, p. 17): [...] ciência provém do verbo “sciere”,
que significa saber. O termo episteme alude a um tipo de saber que pressupõe
que se tenha uma ideia certa da realidade”. Reforçando com SEVERINO
(1994, p. 121): “O método científico é o conjunto de procedimentos
lógicos e de técnicas operacionais, [...]. o cientista está
pesquisando, está investigando, praticando e aplicando o método científico”.
Desse modo, a Ciência é o método de levantamento de Hipótese, procurará testar
essa hipótese através da experimentação e subsequente obterá os resultados,
sendo positivos, negativos ou a produção de novos conhecimentos. Transpondo
para o contexto da Covid-19, envolvendo os que desacreditam na Ciência, em que
buscam por poções mágicas e milagrosas ou qualquer opção oferecida que não foi testada
em humanos e com resultados seguros, isso chama-se SENSO COMUM. Estamos
no auge da Pandemia-Covid-19, muita coisa foi feita para o combate dessa peste,
porém, convenhamos, muito poderia ser feito se não ficássemos discutindo em torno
de algumas poções milagrosas e que essa seria a salvação humanidade, um Senso
Comum sem precedentes. Todavia, a Ciência trabalha com a Hipótese, a Experimentação
e os Resultados de acordo com a realidade vigente, se eu ingerir um
remédio, o mesmo deverá ser monitorado para saber os resultados, sejam
positivos ou negativos, isso é um padrão. Considerações finais: O Senso Comum
parte da linha de raciocínio da especulação, enquanto a Covid-19 vai se
alastrando e dizimando mais vidas, mormente, enquanto há o descrédito da
Ciência. A bem da verdade, a COVID-19 é real (mesmo que boa parte ainda
dúvida), assim precisamos atacá-la de forma real, com embasamento científico e
não com fórmulas mágicas. Ressalto, não é aqui praticar o negacionismo ao Senso
Comum e outras formas de conhecer a realidade, mas precisamos enfrentar a COVID-19,
como algo concreto, e somente a Ciência conseguirá essa proeza diante da
realidade atual. Reflexão: Não é simplesmente acreditar que se
acabássemos de comer e olhar em um espelho poderíamos ter congestão, Senso
Comum. O que está em jogo sim é: Independente da sua crença ou não, a COVID -19
é algo real e deverá ser enfrentado com atitudes sólidas, no momento a CIÊNCIA
é a mais combatível. A Probabilidade de morrermos
se olharmos no espelho após o jantar é mínima, mas pela COVID-19 é bastante
significativo se continuarmos olhando para esta DOENÇA, apenas pelo o Senso
Comum.
Alberto
Alves Marques: Profissão:
Professor Coordenador Geral da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor
de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em História.
Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação –
UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em
Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP. Pós-Graduado em
Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos.
Estudante de Pós-Graduação: Ciências de Dados e Big Data na Faculdades
Metropolitana de Ribeirão Preto -SP. Cursando Mestrado Internacional-
INTEGRALIZE CORPORATION EDUCAÇÃO E SERVIÇOS DE INTERNET- integralização
de créditos acadêmicos de Mestrado Internacional. Cidade:
Hortolândia/SP.