Durante
boa parte exercendo a cátedra de Professor, procurei deixar claro para os
estudantes, a diferença entre Revolução (transformações radicais e reais)
e Reformas/Revoltas (mudanças superficiais sem transformações profundas).
Grosso modo, busquei uma analogia entre Revolução e Revolta para uma
compreensão interdimensional e sociológica sobre a Reforma do Ensino Médio,
consolidada pela Lei 13.415/2017, em vigor nas escolas a partir do ano 2022. A
princípio, essa Lei objetiva (pelo menos na teoria) amenizar os
problemas enfrentados nessa última etapa da Educação Básica, sobretudo, as
relacionadas com o abandono dos estudos, saída dos jovens para o mercado de
trabalho, desinteresse dos estudantes, falta de professores, entre outros
fatores que fazem os jovens abandonarem a escola, evitando assim a evasão
escolar. Norteando a linha de raciocínio nas informações do Ministério da
Educação, aproximadamente quase 2 milhões de jovens público-alvo dessa
modalidade estão fora da escola. A priori, todas essas situações reluzem nessa
etapa da Educação Básica, configurando em indicadores insatisfatórios nas
avaliações internas e externas, fatores que também contribuíram com a Reforma. Diga-se
de passagem, dentre as ações da reforma ocorreu o aumento da carga horária do
Ensino Médio, ou seja, os três anos de estudos passaram para 3.000 horas,
dedicando 1800 horas para a BNCC- Base Nacional Comum Curricular e 1.200 horas
para os IF-Itinerários Formativos, uma categoria alinhada com o aprofundamento
de conteúdos das áreas de Conhecimento, em algumas situações voltada para a formação
técnica. Diante desse fato, algumas Disciplinas da Base Nacional Comum cederam
lugares para os Itinerários Formativos, ficando a obrigatoriedade durante
toda a Etapa do Ensino Médio as Disciplina de Língua Portuguesa e Matemática,
além da possibilidade de a Língua Inglesa perpassar uma das etapas dessa
modalidade de ensino. Grosso modo, uma visão superficial da Reforma, é uma
maravilha, acima de tudo, visto que essa etapa da educação não está alinhada com
as demandas da sociedade tecnológica e complexa, ou seja, estamos formando
jovens para adentrar em um mundo desconhecido e com muitas profissões novas e
desafiadoras, outrossim, precisamos de uma educação formal que direcionem para as
demandas do saber fazer, colocar a mão na massa, do protagonismo dos jovens, da
autonomia em uma sociedade digital em constante transformação, obviamente, para
o desenvolvimento do país, necessitamos de jovens criadores, e não repetidores
de fórmulas prontas. À luz da exemplificação, a Reforma do Ensino Médio foi implantada
este ano (2022), outrossim, do ponto de vista de transformações positivas, um
fiasco educacional até o momento? Por quê? Ressaltando a minha linha de
raciocínio citada acima, quando se trata de Reformas e não uma Revolução,
em qualquer instituição ou Lei, as coisas caminham para a inércia, a bem da
verdade, sempre quando está em questão a educação formal no Brasil, fizeram e
fazem remendos, tapando buracos que perpassam por longos anos e séculos, essa
Lei é mais uma entre tantas. Considerações Finais: Todavia, quando
se almeja sucesso no Ensino Médio, a ação deveria ser uma Revolução
nessa etapa, e não tapar buracos remendando essa modalidade de ensino para
dizer que está investindo na educação em todas as dimensões. Mas como seria uma
Revolução no Ensino Médio? A bem da verdade, deveria começar com estudos
profundos para debater a Legislação de acordo com a realidade vigente e com especialistas
que conhecem o chão da sala de aula (conhecimento técnico). Seria necessário
investimentos materiais, aplicações na carreira para atrair mais docentes às
salas de aula, formação dos professores atendendo as demandas tecnológicas de
uma sociedade digital, professores com conhecimento técnico na área de atuação.
Essa “REFORMA” simplista, não mudou as carências do Ensino Médio (ao
contrário, trouxe mais problemas), continuam as faltas de professores, fazendo
com que os estudantes fiquem sem as aulas do Itinerário Formativo, e o
mais agravante, também sem as aulas que foram retiradas para a implantação
desses remendos. Uma reflexão: Em toda a história da Humanidade
concebemos que foram as Revoluções que trouxeram transformações profundas e
consolidadas, e não os remendos. Todas as reformas, seguiram passos curtos, fadadas
ao fracasso. Acorda Brasil!!! Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador Geral na Rede Pública do
Estado de São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs.
Licenciatura Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da
Tecnologia da Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp-
Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Pós-Graduado em Ciências de Dados e Big Data. Cursando
Mestrado Internacional na Área Educacional.
Cidade: Hortolândia/SP.