Não
restam dúvidas, as tecnologias digitais da informação e comunicação adentraram
o mundo das pessoas em todas as dimensões, outrossim, um segmento que não tem
volta. No entanto, se faz necessário e em geral, transformar essas ferramentas
em benefícios para os seres humanos. Nesse sentido, este artigo de opinião
discorrerá sobre a alfabetização ou multiletramentos nas escolas, sob o enfoque
da Pedagogia Sócio Histórico Crítica. Seguindo
uma linha de raciocínio de Karl Marx (1818-1883), em que o filósofo alemão
defende que na relação e articulação do HOMEM
com a natureza ocorre a transformação em benefício próprio, porém os seres
humanos também serão metamorfoseados por essa ação, ou seja, é um processo
dialético. Logo, percebe-se que ao transformar o entorno do qual faço parte, também
serei transformado por ele. Diante dessa afirmação e trazendo para o contexto
das Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação- TDIC na sociedade atual, especificamente, os escolares, é fato
que a compreensão dessa categoria merece uma ação/reflexão/ação, pois são essas
unidades educativas, através de um processo dialógico, que formará o adulto do
amanhã. Assim, refletir sobre as
tecnologias digitais e utilizá-las na alfabetização e multiletramentos é um
elemento em potencial na aprendizagem. Por outro lado, não significa
transformar as instituições educativas em Lan
Houses para acessar as redes sociais (não que essas não possam contribuir),
mas direcionar os estudantes para o bombardeio de informações, com o intuito de
filtrar, processar, reproduzir e construí-las com um novo formato,
parafraseando o estudioso Piaget
(1896-1980), é preciso inventar coisa novas, e a melhor maneira é iniciar
mais cedo, em outras palavras, quanto mais rápido as crianças adentrarem o
mundo tecnológico, mais chances terão de se transformar em estudantes
alfabetizados, na modalidade digital . Além do mais, não correrão o risco de
serem presas fáceis para o lado errado/negativo da internet. Ultimamente, nota-se
um rótulo de que os estudantes e a geração de hoje são os nativos digitais, que
nasceram dentro de uma sociedade tecnológica, entretanto isso não, basta, é
preciso direcioná-los para os benefícios do uso correto das tecnologias
digitais de informação, além de alertá-los para o uso adequado das plataformas
digitais. Para que isso ocorra, é essencial uma reinvenção da sociedade, das
escolas, do sistema educacional e, sobretudo uma desconstrução do que é
aprendizado por parte dos familiares, profissionais da educação, governantes e
alunos. Obviamente, a alfabetização digital começa e obtém sucesso, a partir do
momento em que todos (governantes/escola/família) se envolvam no processo de
ensino aprendizagem. Considerações
finais: Durante toda a história da humanidade, os seres humanos utilizaram
o meio em seu entorno em benefício próprio; na escassez de alimentos, os
nômades desenvolveram a agricultura e a pecuária; para se proteger dos
predadores, construíram casas mais seguras; as distâncias se tornaram mais
curtas com os meios de locomoção mais velozes. No entanto, aqueles que não se adaptaram
às transformações foram extintos, isto é, participaram da seleção natural de
acordo com Charles Darwin (1809-1882). É fato, uma matéria reproduzida pela Universidade
Australiana na área de Arqueologia, descobriu que um dos nossos ancestral o Homo Erectus, desapareceu pelo fato de
não se adaptar às transformações da natureza, pois a falta de habilidade para
enfrentar os novos horizontes, direcionou para a seleção natural, e os que se
adaptaram, sobreviveram. Fazendo uma analogia com a sociedade hodierna, as
tecnologias nas suas interfaces estão adentrando (ou melhor já adentraram) as
vidas dos seres humanos. E a escola, como parte da sociedade, precisa
urgentemente participar desse processo, não tem mais como se isentar. O que
fazer? Desenvolver uma Pedagogia Crítica histórica, adequando, adaptando,
inventando e reinventando todo o processo educacional, caso contrário,
estaremos vivenciando uma seleção natural sem precedentes, onde existirão os
alfabetos digitais e na contramão os analfabetos digitais. Acorda Brasil!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela
Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da
Informação – UNICID/SP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.