O
ano letivo mal começou e a mídia nas suas múltiplas dimensões propagandeou a
falta de professores em várias escolas do Estado de São Paulo. Mediante essa
situação, a sociedade resolveu cobrar pelos seus direitos que, aliás, está
fundamentada na LDB/96 em especial no seu Art. 2º quando dispõe que: “A
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho”. Partindo desse pressuposto, qual a razão da sociedade cobrar pela
ausência de professores nas escolas públicas do Estado de São Paulo? Diga-se de
passagem, não sabe se realmente tal cobrança é porque os responsáveis estão
preocupados pelos estudos dos filhos ou pelo simples fato de não terem com quem
deixar os seus pupilos. Assim, é bom salientar que a falta de professores no
Brasil já era anunciada pela própria mídia que, muitas vezes, deixou de relatar
as situações degradantes dos professores na contemporaneidade brasileira. Em
outras palavras, a ausência de professores nas escolas está relacionada com a
terceira Lei de Newton: “Toda ação gera uma reação”, ou seja, as condições
deploráveis da maioria das escolas públicas estão espantando muitos professores
das salas de aulas e das Universidades. A saber, os salários dos professores
nas últimas décadas foram ficando cada vez mais achatado, fazendo com essa
profissão deixasse de ser atrativa para boa parte dos alunos que termina o
Ensino Médio, não produzindo os futuros professores que irão substituir aqueles
heróis que conseguiram aposentar, além de muitos que adoeceram durante o
percurso. É sabido, que toda profissão sobrevive à demanda da sociedade e do
mercado e, com certeza, são ações assim que geram reações (que a bem da
verdade, não são pontuais), pois sem professores não tem aula, isso acarretará
em menos pessoas instruídas e refletirá direto no desenvolvimento pessoal e
profissional. A priori, as ações que afastam os professores das unidades
escolares são dos governantes, de um pequeno grupo da sociedade, e de uma
maioria de alunos que vão a essa instituição sem a mínima vontade de estudar,
trazendo consequências a muita gente, porque sem professor, a nação atrofia. Considerações finais: De fato, somente
aumentar o salário dos professores não resolverá a situação vigente, logo,
outras implicações precisam também de transformações mais profundas, a começar
com a corresponsabilidade das Universidades na formação/docente, da
atuação/participativa da comunidade e, sobretudo, do compromisso dos jovens com
os estudos. Todavia, bons salários pressupõem melhorias na autoestima, formação
continuada e condições de vida digna para esse profissional e a sua família. E
ressaltando o escritor educacional, Claudio de Moura e Castro, “[...] é preciso
consultar o mundo real para ver se a observação empírica conflita com a
teoria”. Reflexão: Todos conhecem a
realidade das escolas hoje, não está na hora de sair da teoria e direcionar para
a prática, evitando afirmações infundadas? Acorda Brasil!!!
Alberto Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da
Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos.
Cidade:
Hortolândia/SP.