À
luz da reflexão, dia 15 de novembro comemora-se a Proclamação da República (se
é que podemos comemorar algo diante das circunstâncias). Grosso modo, foi no
dia 15 de novembro de 1889, que o então Marechal Deodoro da Fonseca, pouco
antes de deixar os ideais monárquicos, assumiu a autoria de um golpe,
transformando o nosso país em uma República Federativa, ou seja, já vivenciamos
130 anos de República. Grosso modo, a palavra República do Latim significa
coisa pública, aquilo que é de todos e não da minoria. Etimologicamente
falando, a palavra República na concepção de Aristóteles é o Estado em que a
multidão governa para a utilidade pública, ou seja, o Estado (Governo),
dever-se-á administrar o país de acordo com as necessidades da nação, e não
atender as demandas partidárias e particulares. Notavelmente, o
passado pode influenciar no presente, porém, em certos momentos é preciso deixar
o saudosismo, os ideais filosóficos, partir para o mundo real e pensar no
presente, entretanto, necessitamos de uma fundamentação teórico para aguçar a
nossa linha de raciocínio, nada surge do vazio, e mais, só posso argumentar se
tenho um conhecimento profundo sobre determinado fato, ao contrário, é falácia.
Voltando para a linha de pensamento articulada com o presente brasileiro,
sobretudo, quando analisamos a nossa República ao longo das décadas, concebe-se
que estamos caminhando para um retrocesso anunciado. Diga-se de passagem, são 130 anos de
República, percebe-se em boa parte a participação do povo, mas ainda carecemos
de um governo que administra o país pensando nos quatros pilares que sustentam o país nas categorias ÉTICA
e MORAL de qualquer governo: Esses pilares seriam: POLÍTICA (concepção
científica, e não percepção somente partidária, reducionista e simplista); ECONOMIA
(Visão holística de que a riqueza da nação precisa ser dividida em partes
iguais para a população, e não para uma minoria); SOCIEDADE (governar
para essa categoria é fazer uma administração do povo, para o povo e com o povo
e não somente para um pequeno grupo de privilegiados); CULTURA (fazer
uma política que consiga desconstruir a cultura da troca de favores partidária,
para uma Cultura científica política). Todavia, deixaremos de ser um país
atrasado na concepção sociológica política, quando esses segmentos começarem a
sair da teoria e passar para a prática. Vamos ter que esperar mais 130 anos? Um país
de dimensões continentais figurando-se entre as dez maiores economias do
planeta e com as maiores reservas naturais, necessita-se urgentemente de uma
Nova República. Não obstante, precisamos sair do obscurantismo político,
econômico, social e cultural e adentrar no desenvolvimento em todas as
dimensões. Como? Pensar fora da casinha, em outras palavras, existem outras
possibilidades e não somente uma única linha de pensamento, necessitamos de GOVERNANTES
DO POVO e não das siglas partidárias.
Considerações finais: Sempre é momento de uma reflexão analítica:
Será que a minha forma de pensar, as convicções políticas, filosóficas, sociológicas
e ideológicas são as verdades inconcebíveis e petrificadas? Se sim, como
responder o que aconteceu durante os 130 anos de República, quando acreditou-se
que a nossa verdade era a única e resolveriam todas as mazelas do país? Durante
muito tempo na História da Humanidade, muitas verdades desmoronaram em nome de
outras, diga-se de passagem, tanto as verdades da Direita como da Esquerda.
De modo intuitivo, que tal relembrar um pouco da História do Capitalismo, Socialismo
e várias formas de ISMO? Independente da experiência, a implantação dessas duas
categorias em vários países, trouxeram a democracia e o desenvolvimento para
toda a população, ou somente uma pequena parcela usufruíam dos frutos? Enfim,
quando se analisa um fato é de suma importância conceber as várias
possibilidades de outras análises, pois essas estão fundamentadas em verdades
absolutas que poderão ser derrocadas ao longo do tempo. No entanto, o TEMPO,
este sim, ser humano nenhum consegue REFUTAR, pois cedo ou mais tarde ele
desmascara as verdades petrificadas, foi assim na História e sempre será. Não
estamos precisamos de uma Nova República e juntamente novas formas de pensar? ACORDA
BRASIL!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da
Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos.
Cidade:
Hortolândia/SP.