A
priori, não é de hoje que os seres humanos vêm impactando a natureza, diga-se
de passagem, a partir do momento que os nossos ancestrais deixaram o nomadismo
e realizaram a transposição para o sedentarismo, o meio ambiente não seria mais
o mesmo. No entanto, para ser mais claro e visualizando esse fenômeno a datar de
um ponto de vista histórico, houve um aumento exponencial em relação aos
impactos ambientais com a Revolução Industrial Inglesa em meados do século
XVIII. Grosso modo, foi pensando nos impactos ambientais que no ano de 1972 na
cidade de Estocolmo na Suécia, a ONU-Organização das Nações Unidas, juntamente
com representantes de várias nações, definiram o dia 5 de junho como Dia
Internacional do Meio Ambiente, assim como, do dia 01 a 05 de junho como semana
do meio ambiente em alguns países. Dessa forma, há 48 anos já era de suma
importância as questões relacionadas com os impactos ambientais, causando
preocupações aos líderes mundiais e a população de forma geral. À luz da
ilustração, foram décadas de avanços e retrocessos. Naturalmente, avanços
significativos são considerados devido a relevância de investimentos por parte
de alguns países em prol da manutenção do meio ambiente, acima de tudo, a
partir do desenvolvimento tecnológico sem precedentes no mapeamento das áreas
impactadas juntamente com a CIÊNCIA desmistificando e preenchendo
lacunas através das pesquisas favoráveis a preservação natural e a manutenção
da vida no PLANETA. É notório,
que precisamos avançar mais para que não ocorra um retrocesso, sobretudo, em um
momento delicado pelo qual estamos passando devido a COVID-19. Como
assim, posso relacionar os impactos ambientais com as consequências que a COVID-19
está causando a população Mundial? Sim! Neste momento de isolamento social
estamos passando por momentos de mudanças de hábito e com certeza após a PANDEMIA,
essa ação poderá ser direcionada para as questões ambientais em escala regional
e global. Não obstante, basta analisar os impactos ambientais e o Coronavírus
sob a ótica de uma visão sistêmica e holística. Doravante, necessitar-se-á
de uma concepção do meio ambiente e a Covid-19 de uma análise global, temos que
levar em consideração que os impactos diminuirão com a compreensão/junção,
entre as dimensões POLÍTICAS, ECONÔMICAS, SOCIAIS E CULTURAIS, além das TECNOLOGIAS
nas suas múltiplas formas. Da mesma forma, não posso pensar na COVID-19,
somente do prisma da SAÚDE PÚBLICA (essa é muito importante sim, mas não a
única via), igualmente é preciso analisar as categorias políticas,
sociais, econômicas, culturais e ambientais. Por quê? É muito, simples,
o meio ambiente não é apenas composto pelos aspectos FÍSICOS NATURAIS, uma
via propagada durante muito tempo pelos órgãos responsáveis, esses são muito
importantes sim, mas não o único. Quando está em questão uma visão sistêmica, é
de suma importância conceber os seres humanos, quiçá, os seres vivos como parte
da totalidade do sistema. Em outras palavras, um indivíduo só pensa e refletirá
sobre o meio ambiente a partir das suas condições socioeconômicas, assim,
diminuir as desigualdades sociais, faz parte de combater os impactos ambientais.
Da mesma forma, devemos pensar a COVID-19 dentro da ótica sistêmica/ambiental/
dialógica, ou seja, o ambiente em que o sujeito vive, seja econômico ou social
(desigualdade), determinará os cuidados que o mesmo terá para se
proteger contra o vírus, ou seja, o espaço natural ocupado e composto pelos
seres vivos devem ser pensados dentro de uma visão holística, conceber os seres
humanos dentro da cadeia ambiental/social. Complexo, mas uma visão
significativa. Dessa forma, precisar-se-á de um pensamento sistêmico para
analisar o PÓS-PANDEMIA e a questão ambiental, sobretudo, os impactos.
Como assim? Todo cuidado deverá ser tomado após O CORONAVÍRUS, principalmente,
quando muitas Corporações poderão assumir o compromisso de atacar o meio ambiente
para recuperar os recursos econômicos perdidos durante o isolamento, acima de
estudo, para atender a demanda do consumismo, quando tudo voltar a normalidade
(se é que podemos dizer isso). Não podemos ir com sede e esgotar mais ainda os
recursos naturais. Considerações Finais: Infleizmente, o Coronavírus
determinará quais atitudes devemos mudar em relação a interação com o MEIO
AMBIENTE, não podemos pensar em recuperar a ECONOMIA prejudicada
durante o isolamento social, em poucos meses, correndo o risco de sugarmos os
recursos naturais em prol de um CAPITALISMO desenfreado. Ressaltando, Oscar
Momotura um dos escritores do Prefácio do Livro de Fritjof Capra (Uma
visão sistêmica da Vida): Será que precisaremos chegar a um ponto
crítico, uma crise de grandes proporções, para fazer as transformações
necessárias acontecerem? Ou podemos estimular, através de disturbações
criativas, a população inteira a se auto-organizar na direção desse futuro
melhor para todos? Sim! Infelizmente a PANDEMIA
COVID-19, está nos mostrando várias lições, sobretudo, como podemos despir
de alguns conceitos e materialidades, bem como, viver em harmonia com o MEIO,
utilizando-o somente o mínimo para a manutenção da vida no planeta. Uma
pena que precisou de uma mazela tão grande para acordarmos! Se existe um
recomeço, o momento é agora.
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador da Área de
Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos
de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em História. Pedagogo pela
UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação
Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação
Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos.
Cidade: Hortolândia/SP.