Antes
de tecer algumas considerações sobre o “Projeto: Escola Sem Partido”, é
fundamental analisar as dimensões Sociológicas e Pedagógicas que ocorrem dentro
das instituições escolares, sobretudo a pública. Em outras palavras, conceber a
unidade educativa no contexto da sociedade contemporânea, outrossim, ter uma
percepção analítica do público alvo que está adentrando nas escolas com o
advento da universalização da Educação Básica. Ademais, uma visão SOCIOLÓGICA sobre a educação, nos
direciona para uma maioria de crianças, adolescentes e jovens que está sentado
nos bancos escolares sem o mínimo do conhecimento básico necessário para o
ponto de partida acadêmico; quiçá possuir autonomia para fazer escolhas perante
uma sociedade autônoma. A bem da verdade, sociedade que dominará esses jovens,
ou seja, a escola não pode dominar, mas a sociedade sim. Partindo desse
pressuposto, cabe algumas indagações: Os nossos estudantes frequentes no mundo
escolar, estão preparados para se tornarem jovens autônomos, realizar escolhas
positivas sobre o que pretendem estudar? Eis uma das Bandeiras da Escola Sem
Partido! À luz da reflexão, buscando uma fundamentação PEDAGÓGICA, o processo de ensino e aprendizagem ocorre entre a
inter-relação do sujeito aprendente (aluno) com o seu objeto de estudo (o
conteúdo estudado) e o mediador, orientador e interlocutor (Professor). Diante
desse fato, é necessário um processo dialógico entre as categorias citadas
acima, é impensável a construção do conhecimento permanente sem a reciprocidade
entre professor e estudantes. Assim, mais uma vez essa linha de raciocínio
refuta uma das entrelinhas da Escola Sem
Partido, visto que segundo algumas cláusulas discorre que: “[...] cada sala de aula terá um cartaz com
seis deveres do professor, entre os quais a proibição de usar a sua posição
para cooptar alunos para qualquer corrente política, ideológica ou partidária”.
Concordamos plenamente que cada indivíduo deve fazer suas escolhas de forma
autônoma e responsável, além de assumir as suas ações, sejam elas positivas ou
negativas. No entanto, a dúvida maior é: Até que ponto, a maioria dos alunos
terá definida as suas convicções políticas, ideológicas ou partidária? Nota-se,
levando em consideração o contexto das salas de aula, que boa parte do alunato tem
ausência de convicções em todas as dimensões, elemento que deixará vulnerável
às mazelas da sociedade e direcionado para o lado errôneo, como o crime, a
violência, a prostituição, o tráfico e outras ações prejudiciais à vida. Em
outras palavras, fica implícito ou explícito que a Escola Sem Partido tira o
direito do Professor de direcionar os jovens (uma maioria à deriva), para fazer
escolhas? Em contrapartida, pode transferir esse direito para os malfeitores da
sociedade que encontrarão jovens SEM
PARTIDO e IDEOLOGIA.
Naturalmente, essa ação se tornará um elemento em potencial, propiciando a
violência contra os jovens e levá-los ao mundo do crime precocemente. Considerações finais: A propósito, todo
esse estardalhaço midiático da Escola Sem Partido, é porque alguns Deputados
(que se dizem representantes do povo), resolveram brincar de entender sobre
todas as dimensões PEDAGÓGICAS e
SOCIOLÓGICAS que ocorrem dentro das escolas, levando adiante o Projeto para
ser votado na Câmara dos Deputados no dia 04/07/2018. Porque ao invés de
Projetos Educacionais descontextualizados, os nossos políticos não se preocupam
em valorizar as escolas, e torná-las instituições de referências, para que os
jovens construam PARTIDOS e façam escolhas
que extirpam POLÍTICOS CORRUPTOS, os
reais destruidores do nosso país? Enfim, os nossos Legisladores têm que
conhecer a realidade na qual a escola está inserida, na maioria das vezes esses
jovens não constroem PARTIDOS em
suas famílias e na sociedade. Sendo assim, a única instituição que ainda
sobrevive e luta para que os jovens se transformem em CIDADÃOS, é a ESCOLA.
ACORDAM BRASIL!!!
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador da Área de
Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos
de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em História. Pedagogo pela
UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em
Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP. Pós-Graduado em
Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Cidade: Hortolândia/SP.
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