Caros
leitores, este artigo de opinião originou-se após a transposição das aulas
presenciais para as atividades remotas. No entanto, esclarece este escritor que
a análise do período educacional citado acima não está fundamentada na
perspectiva de uma Educação a Distância, dessa forma, evitar-se-á um aprofundamento
nessa categoria. Diga-se de passagem, qualquer linha de pensamento, está articulada
com uma teoria construída ao longo do tempo e do espaço, essas seguem as
ideologias históricas e culturais de sua época, no caso aqui deste artigo a
corrente Histórico Cultural. Dessa forma, a perspectiva Histórico Cultural,
está estruturada nas transformações históricas e culturais como elemento em
potencial na construção do conhecimento e das múltiplas ideologias existentes.
De acordo com Moura (2016, p.31), na Perspectiva Histórico Cultural, sobretudo,
na categoria escola, “[...] a educação é o processo de transmissão e
assimilação da cultura produzida historicamente, sendo por meio dela que os
indivíduos se humanizam, herdam a cultura da humanidade”. Levando em
consideração esse pensamento, concebe-se durante a Pandemia (Covid-19), dois
processos, a transmissão e a assimilação por parte dos envolvidos nas
estratégias didáticas/pedagógicas. Assim, na transmissão e a assimilação,
percebe-se quão ao longo do tempo, a educação formal ficou estagnada nos
aspectos qualitativos. Notavelmente, durante as atividades remotas, não
diferenciou muito, observou-se um retorno dessa prática pela maioria dos
responsáveis pela educação formal, querendo trazer a escola física para o mundo
da educação virtual/remota, valorizando o quantitativo ao invés do qualitativo.
Uma ação absolutamente inviável, comprometendo a qualidade e a didática,
outrossim, desfigurando o aprendizado remoto. À luz da reflexão, todo esse
processo de transmissão da escola real para o virtual, acabou
direcionando para a assimilação dos envolvidos no processo
ensino/aprendizagem, tanto professor como aluno, voluntariamente ou
involuntariamente, acabou seguindo essa linha de raciocínio, escolhendo o
quantitativo em detrimento do qualitativo. Uma análise Histórico Cultural da
realidade, acima de tudo, com a Pandemia, se faz necessário. Para o estudioso,
PARO (2001), apud Moura (2016, p.34): “A escola fundamental reveste-se,
assim, de uma dupla responsabilidade social: [...] porque não pode dar conta de
todo o saber produzido historicamente, ela precisa fazer isso de modo seletivo,
[...]”. É na seleção que este escritor de artigo de opinião tece as suas considerações,
em outras palavras, é preciso uma ação-reflexão-ação sobre o contexto histórico
que estamos passando para pensar em uma perspectiva seletiva/didático/pedagógica,
uma linha tênue com a Perspectiva Histórico Cultural. O contexto pelo qual a
educação em suas múltiplas dimensões está passando, requer uma reflexão sobre o
que é viável no momento. As variáveis existentes no momento, direcionam para um
pensamento Histórico Cultural, ou melhor, analisar a complexidade do contexto,
direcionando para o planejamento, execução e avaliação. Considerações
finais: Uma visão seguindo a Perspectiva Histórico Cultural, está de acordo
com uma educação qualitativa, é preciso conceber as problemáticas históricas e culturais,
assim como, conhecer o meio circundante em que a unidade escolar está inserida,
assim não cairá no mundo das ilusões educacionais, acreditando que é através da
quantidade que ocorre o processo de aprendizagem. Teorias assim já foram
refutadas há anos, no entanto, concebeu-se o retorno no momento da pandemia.
Naturalmente, pensamento dessa natureza petrificado nas escolas, seja na
modalidade remota ou presencial, contribuirá cada vez mais para estagnar o
sistema educativo, ação que já vem perdurando por várias décadas nessa
Instituição. A bem da verdade, faz se necessário ressignificar urgentemente o
conceito de aprendizagem na Educação Básica, assim como, nas Instituições de
Ensino Superior. Fomos atingidos de surpresa pela Pandemia, pois estávamos travados
na educação Formal por várias décadas, é preciso preparar para que um fato
dessa semelhança não se repita. Acorda Brasil!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da
Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos.
Cidade:
Hortolândia/SP.
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