Tornou-se
uma constante, indicadores negativos em todas as dimensões, sobre a educação
formal pública no Brasil. Grosso modo, uma qualidade duvidosa que coloca em
cheque o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos, pois tal
público frequenta anos de escolaridade e sai sem qualidade de ensino,
comprometendo, inclusive o desenvolvimento do próprio país. Então, como tudo
isso começou? A priori, é preciso analisar todo o processo pela qual passou e
passa a educação formal pública no país. Vamos retroceder às décadas de 70 e
80, quando a Educação Pública era legislada pela LDB: 5.692/71, e não consistia
na obrigatoriedade do ensino público. Dessa forma, só se matriculavam,
permaneciam, e saiam com qualidade aqueles que realmente queriam estudar, foi o
caso de este escritor de artigos de opinião. Devido a conjuntura social,
econômica, cultural e política das décadas de 70, 80 e 90, sobretudo com a
inserção das mulheres no mercado de trabalho, se fez necessário uma Legislação
Educacional para atender as demandas da sociedade. Outrossim, com os pais ou
responsáveis trabalhando o dia todo, as crianças não poderiam ficar à revelia
na rua, seriam presas vulneráveis às mazelas da sociedade. Foi nesse contexto
que foi elaborada a LDB/96-Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional. Basta
analisar o Artigo 5º desta
Legislação, ao discorrer: “O acesso à educação básica obrigatória, é um direito público e subjetivo, [...]”, ou seja,
todos têm o direito de uma educação formal. Validando esse artigo, a
Constituição de 1988 confere no artigo
205: “A educação é direito de todos, [...]”. É óbvio que um país instruído
e estudado amadurece as suas instituições políticas, sociais, econômicas e
culturais, direcionando para o desenvolvimento em múltiplas categorias. Assim,
a Lei inseriu a todos com idade legal na escola. Com isso, todas as crianças e
adolescentes de 4 a 17 anos deveriam estar na escola, no entanto, inserir a
população em idade escolar não foi e não é o suficiente. Paralelamente à
obrigatoriedade e ao Direito Constitucional, faltou por parte do próprio
governo que transformou a educação em obrigatória, um fator relevante:
Investimento. Também, falta valorização do profissional, acompanhamento das
famílias no desenvolvimento educacional dos filhos e o PRINCIPAL: O dever dos
estudantes em querer estudar, produzir conhecimento em todas as dimensões, algo
que uma maioria não faz no contexto escolar, sem contar os casos de violência
contra os profissionais da educação. O resultado? Estamos colocando na
sociedade um percentual de analfabetos funcionais, aqueles que não conseguem
interpretar a sua própria leitura e resolver problemas simples de Matemática,
as quatro operações. Considerações
finais: Tirou-se as crianças das ruas para evitar uma aproximação com todos
os tipos de violência, e também, para que fossem alfabetizados e prosseguissem
nos estudos. Em contrapartida, a maioria das escolas públicas se encontra com
uma estrutura, muitas vezes, sucateadas, violentas, sofrendo com a
desvalorização dos professores pelo Governo, Alunos e Sociedade, não se obtém
sucesso algum, logo trocou seis por meia dúzia. O resultado? Vale ressaltar, a Política do Governo é todos dentro
da escola? Então, todos estão quantitativamente dentro das instituições
educativas públicas, porém qualidade, é outra questão. Haja vista, tirou as
crianças e os adolescentes das “ruas” para que alcançassem a educação básica,
valores e chances de continuar os estudos, mas o que se percebe é, em várias
situações, que o percentual de analfabeto funcional está crescendo. Na verdade,
aqueles indivíduos que passaram pela escola, têm certificado de conclusão do
Ensino Médio, mas não sabe coisa simples, como ler um texto de poucas linhas e
tirar conclusões da sua leitura e Resoluções de Problemas Matemáticos. Conclamamos
sim, por uma educação que inclua a todos, porém, é preciso abrir a caixa preta
da educação pública e analisar durante todos esses anos o quanto avançamos e retrocedemos.
Parafraseando o saudoso e estudioso suíço Piaget: “ É preciso inventar coisas
novas e não repetir o que os outros fizeram”. Até quando, se repetirá coisas
erradas na educação? Precisa mais do que nunca abrir a caixa preta da educação,
caso contrário, estaremos fadados a retornar para as cavernas. Acorda
Brasil!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela
Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da
Informação – UNICID/SP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.
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