A
priori, resolvi discorrer neste artigo de opinião sobre a temática, após ouvir
como professor, ao longo de aproximadamente 20 anos, a denominação: “As
escolas de hoje precisam ser mais democráticas”. Concordo em parte com
essa afirmação. Por quê? A bem da verdade, se faz necessário uma concepção mais
profunda a respeito do que seria DEMOCRACIA
no sentindo STRICTU SENSU,
Sociológico, Filosófico, Histórico, entre outros conceitos acadêmicos. É
sabido, um número razoável das pessoas e de alguns profissionais da educação
formal, incluindo gestores e professores, confundem DEMOCRACIA com liberdade para tudo, ou seja, eu posso, eu quero e eu
devo. À luz da reflexão, a palavra Democracia
no sentido grego significa participação da maioria, isso não significa que a maioria
tem as fórmulas certas para decidir. Ressaltando Spinoza (1632-1677): “A
Democracia define-se assim: a união dos homens num todo que tem direito
soberano coletivo [...]”. De acordo com esse pensador Holandês, soberania
se conquista com conhecimento coletivo, então mediante ao fato, para que ocorra
a DEMOCRACIA é considerável conhecer
sobre o quê vou participar, em todas as suas dimensões. Assim palpites não é
conhecimento, é o mesmo que votar em um candidato sem conhecê-lo profundamente,
apenas seguir o que a maioria faz. Em outras palavras, ao se falar em DEMOCRACIA e trazendo para o contexto
escolar, até quando essa instituição deve ser democrática, no campo Pedagógico,
Didático, Administrativo e Metodológico, ao ponto de o povo ter a soberania
coletiva? Não se tem cartilhas prontas, porém democracia não está articulado
com aquilo que muitos concebem, ou seja, poder/querer fazer o que quiser dentro
das unidades educativas; pois essas precedem de LEGISLAÇÕES e DIRETRIZES e devem ser respeitadas, caso contrário
virar-se-á uma ANARQUIA (no sentido histórico/filosófico,
sem governo). Isso não quer dizer que a comunidade deva ficar além dos muros escolares,
mas significa que a mesma tem os seus limites de participação, isto é, só posso
participar se sou digno de conhecimento e de soberania. Nesse sentido, a
comunidade em si, quer conhecer e participar na escola ou somente distribuir
opiniões e palpites infundados? É fato, as
Instituições Educativas são as únicas em que a maioria acredita e se sente no
direito de palpitar; diga-se de passagem, opinar sem ao menos conhecer uma sala
de aula. Por outro lado, o trabalho do médico deve ser DEMOCRÁTICO, sim, o mesmo deve atender a todos, no entanto quem
estudou e está mais apto a realizar as medicações, parte-se do pressuposto que
seja ele, o médico. Dessa forma, acontece com a Área da Engenharia, do Direito
entre outras, como da Educação (pelo menos, deveria). Não tem como negar que
nos aspectos Metodológicos, Administrativos, Pedagógicos e Didáticos, os Professores
e os Gestores estão mais preparados do que a comunidade. Considerações finais: Quiçá, não sei ainda, mas urge um estudo
científico (se é que não tem), em torno de uma articulação entre a fragilidade
da qualidade na educação com a superficialidade -que a maioria concebe- sobre a
DEMOCRACIA, nesse contexto em que
muitos acreditam que os palpites alheios vindo de fora dos muros das escolas são
as melhores estratégias no quesito qualidade educacional. Notoriamente, é salutar
ignorar e não proliferar falácias infundadas, cujos alguns palestrantes
expressam a respeito da educação, mas só conhecem o espaço escolar através das
páginas do GOOGLE. As escolas devem
ser democráticas sim, porém, dentro dos limites dessa categoria e soberania da
comunidade (quero participar? Devo participar? Até que ponto participar? Estou
preparado para participar?), é preciso menos falácia e mais ações Pedagógicas,
Didáticas, Administrativas e Metodológicas.
Alberto Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da
Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos.
Cidade:
Hortolândia/SP.
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