No
primeiro domingo de outubro de 2018 (07/10/2018), o povo brasileiro foi
obrigado a levantar cedo e direcionar-se a uma seção eleitoral e exercer a sua
cidadania. Grosso modo, um fato rotineiro em um país no qual as eleições não se
configuram como algo democrático, sobretudo, visto a obrigatoriedade da mesma. É
sabido, só existe democracia alinhada à cidadania, se as pessoas por meio de um
ato autônomo decidem se vai ou não votar em um candidato nas eleições. Caso
contrário, permanece um voto de cabresto através do mascaramento
institucionalizado com punições, senão as cumpram. No entanto, o principal
objetivo deste artigo de opinião é possibilitar uma reflexão analítica sobre os
resultados das urnas eletrônicas, logo após as apurações. É uma constante, boa
parte da população somente quantificar os resultados, outrossim, analisar apenas
os dados em percentual, ignorando e, até mesmo, não refletindo sobre as informações
inseridas nos Boletins de Urnas. Na verdade, esses dados frios necessitam ser
qualificados para, realmente compreender o contexto político atual, no qual os
mesmos foram construídos. Como assim? Explicar-se-á melhor. Seguindo a linha de
raciocínio em que, aquilo que não traz resultados positivos deve ser
quantificado, analisado, processado e qualificado; logo, a resposta das Urnas
no primeiro pleito eleitoral é um grito de socorro de um povo cansado de ser
surrado por políticos corruptos. Corruptos estes, que usurparam o poder em nome
das suas próprias causas e dos seus comparsas, ficando a população a mercê da
própria sorte; assim, os resultados das eleições 2018, significam uma aclamação
da população brasileira por ruptura. A título de ilustração, em boa parte da
história política, social e econômica do Brasil e por longas datas, perpetuou-se
uma política petrificada cuja minoria dona do poder governa e a outra padece. Então,
observa-se que na concepção da população, se faz necessário transformações
urgentes, porém não significa que trocar siglas petrificadas na política por
outras, resolver-se-ão todas as mazelas do nosso país, que perduram por longo
tempo. No entanto, somente saborearemos o gosto das mudanças se lançarmos um
ponto de partida, e acredite, as eleições é um desses momentos. Inclusive, aparecerão
os fanáticos por siglas partidárias que tecerão hipóteses e conjecturas
superficiais de que trocar uma sigla por outra, que se encontra no poder poderá
corromper o processo democrático. Aliás, acreditar em siglas partidárias no
poder há algum tempo, conceber a inércia e não almejar mudanças, também é
corromper com o processo democrático, pois democracia é promover chances para
que todos expressem a sua forma de governar. Por outro lado, e se a troca de
siglas partidárias não oportunizar um Governo Democrático para todos?
Inquestionavelmente, aplicar-se-á a democracia, fiscalizando, cobrando e
trocando nas próximas eleições ou até mesmo através de uma ruptura
(Impeachment), é para isso que existem as instituições democráticas. Considerações finais: Grosso modo,
durante boa parte do fracasso político perpetrado em nosso país, diz respeito
as nossas insistências em uma única sigla partidária como fonte da verdade
absoluta para governar, sem experienciar o novo e o diferente. Diga-se de
passagem, ficou-se engessado em paradigmas políticos que atendeu tão somente
uma parcela da nação brasileira, enquanto a outra, ficou com a conta... e bem
alta! Precisamos experimentar novos paradigmas políticos, para tanto avaliar se
os antigos, se encontram obsoletos. Se não conheço o novo, posso avaliar com
propriedade o velho? Buscando uma fundamentação teórica, ressalta-se o livro de
Fritjof Capra: “O Ponto de Mutação”.
Parafraseando esse renomado Físico Austríaco, toda instituição (estado de
coisa) chega um Ponto de Mutação,
notavelmente, não se consegue mudar o que aconteceu, porém, é possível fazer
algo novo a partir de um determinado ponto, chamado por este escritor de Ponto de Mutação. A eleições é um Ponto de Mutação, ou seja, não
conseguimos apagar as mazelas políticas que perduram por décadas no Brasil;
dessa forma, podemos a partir dos resultados das urnas fazer um novo presente e,
quiçá, um futuro. Enfim, o Ponto de Mutação, pode configurar-se nas trocas das
siglas políticas, pois as siglas que estão hoje no poder já tiveram a oportunidade
de provar a sua eficácia, isto é, chegou o momento de experienciarmos outras
siglas partidárias. Já pensaram nisso? Acorda Brasil!!
Alberto Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela
Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da
Informação – UNICID/SP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.
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