É sabido, que um fato ao ser analisado por outrem,
é de suma importância, que seja alguém que tenha propriedade no assunto,
imparcialidade e com uma visão holística sobre determinada situação. Obviamente,
é muito difícil manter a neutralidade! A frase acima está alinhada com os
vários discursos propagados pela mídia, em que inúmeras vezes infundados, sobre
a escola que temos e aquela que precisamos ter. Em outras palavras, os sujeitos
que tecem as considerações sobre as unidades escolares, têm um conhecimento somente
através de mídias terceirizadas, não beberam da fonte. Dessa forma, nada melhor
do que aqueles que conhecem o chão da sala de aula para emitir as suas
considerações. À luz da reflexão, em toda história, a escola surgiu para
atender as demandas da sociedade no tempo e no espaço, outrossim, produzir
sujeitos para o prosseguimento no desenvolvimento da evolução da raça humana em
todas as dimensões. Diga-se de passagem, tudo começou quando os seres humanos
abandonam o nomadismo e passam a cultivar os seus próprios alimentos. Com isso,
a educação era transposta de pai para filho, assim os mesmos continuariam o
desenvolvimento familiar. Não obstante, com o advento da INDÚSTRIA 1.0
na Inglaterra, em meados do século XVIII, os aspectos didáticos pedagógicos
familiares cederam lugar para as escolas, sistematizadas no preparo de mão de
obra para as fábricas na produção econômica, denominação Currículo Fábrica.
A seguir, por volta de meados do século XIX, com a expansão do processo fabril
na Europa, surgiu a INDÚSTRIA 2.0, sobretudo, com a descoberta da
energia elétrica e dos combustíveis fósseis. Subsequente, chegou o momento de a
industrialização alçar voos para outros continentes, assim surge a INDÚSTRIA
3.0, momento em que várias partes do planeta conhecem a evolução de uma
tecnologia mais especializada, através dos meios eletrônicos, juntamente com a
primeira geração da automação em máquinas. Adentrou-se o século XXI, e a
evolução se completou, acima de tudo, com o advento da Internet, germinando no
que conhecemos hoje, como INDÚSTRIA 4.0, caracterizada pelo uso
incessante das tecnologias adaptadas às coisas reais (Internet das Coisas - em
inglês: Internet of Things – IoT; Computação
em Nuvem - do inglês Cloud Computing), objetivando a descentralização de
dados por meio do armazenamento, além dos instrumentos físicos; Inteligência
Artificial - sigla em inglês AI - Artificial Intelligence. Algumas pessoas,
com pensamentos sumários, devem estar refletindo e perguntando: O que tudo isso
tem de alinhamento com a escola que temos e a escola que precisamos ter? Tudo e
Nada! Tem tudo a ver, se conceber que o Currículo Oficial (Governo) deve
estar em consonância com o Currículo Real (a realidade em si). Por outro
lado, dependendo do pensamento superficial, não tem nada a ver, isto é, ao se pensar
nas unidades educativas isoladas do mundo real.
Naturalmente, entende-se que uma escola deva acompanhar a evolução da
sociedade em todas as áreas, uma EDUCAÇÃO 4.0. As escolas do passado
estavam na contramão da evolução? Não necessariamente! No entanto, para boa
parte dos pensamentos reducionistas de hoje, as escolas do passado produziam
mão de obra para a indústria, denominadas um currículo de apertadores de
parafusos, não desenvolvendo a construção do pensamento amplo e de realizar
inovação. Estava errado, essa escola? Não, pois os estudantes estavam buscando
uma formação para o desenvolvimento da realidade, a bem da verdade, tem seu
tempo e espaço. Para muitos, as pessoas que estudaram nessas unidades
educativas, eram repetidoras de fórmulas prontas, crítica constante em várias
literaturas circulantes hoje, sobre o processo ensino/aprendizagem. Se,
realmente estudou-se em escolas repetitivas é difícil comprovação, pois cada
escola atende as demandas da sociedade na qual se encontra inserida, naquele
momento. Porém, os apertadores de parafusos, daquelas instituições educativas, formaram
em todas as esferas para construir e deixar pronto um mundo para essa geração atual,
que estão sentados nos bancos escolares, a EDUCAÇÃO 4.0. Considerações
finais: Queremos que voltem aquelas escolas? Não, porém, estamos deixando
um legado para aqueles que realmente visualizam no processo educativo a única
fórmula para a evolução holística, ou seja, uma EDUCAÇÃO 4.0. Aliás, o
que almejamos é o retorno de uma das figuras principais no processo educativo, os
ESTUDANTES. Estudantes estes, engajados e atuantes para responder
as exigências e cobranças da sociedade na qual pertencem. Muitas das profissões
existentes hoje, não serão ofertadas nos postos de trabalho daqui alguns anos, devido
a inserção e a evolução das tecnologias nas suas múltiplas categorias. Enfim,
mediante a este cenário, necessita-se urgentemente de mudanças do
discurso de: Que planeta vamos deixar para essa geração, para que geração vamos
deixar para o planeta! ACORDA BRASIL!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Graduado em Gestão da Tecnologia da
Informação – UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp- Campinas.
Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente Prudente/SP.
Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade Federal de São
Carlos.
Cidade:
Hortolândia/SP.
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