A
priori, o título deste artigo surgiu a partir da análise de uma matéria
circulada em jornais regionais que abordava a seguinte frase: “O PIB (Produto
Interno Bruto) da RMC (Região Metropolitana de Campinas) supera o de cinco
países da América do Sul”. Grosso modo, a riqueza produzida nas 19 cidades da
Região Administrativa de Campinas é maior do que a da Bolívia, da Guiana, do Paraguai,
do Suriname e do Uruguai. Partindo desse pressuposto, concebemos a dinamicidade
dessa região metropolitana, mas é cedo para comemoração, em outras palavras, toda
essa pujança ainda não foi transposta para fins sociais, sobretudo aos
relacionados à Educação, à Saúde e à Segurança. Por consequência, toda essa
riqueza contrasta com a falta de investimento na saúde pública e as horas de
espera nos Hospitais Públicos da Região. Por conseguinte, ter um PIB maior do
que cinco países da América do Sul significa nada, ainda mais se nas avaliações
educacionais internacionais perde-se para esses países, no quesito educação
qualitativa. Longe aqui de criticar esse desenvolvimento, aliás, a intenção é
promover uma reflexão sobre o porquê de tanta riqueza contrastar com a falta de
segurança, obrigando aos munícipes a privação do seu direito de ir e vir, trancafiando
em seus feudos com medo da violência que não escolhe cor, credo e classes
sociais? Certamente, quando a RMC foi formada no ano de 2000, a mesma tinha
como propósito construir políticas públicas e resolver problemas em conjunto. Conquanto,
ao longo desses anos, quais as ações positivas coletadas pela população da RMC?
Sem dúvida, muita coisa mudou, mas uma das regiões mais dinâmicas do país não
pode estagnar nas funções sociais, deixando a população carecer do que é básico
para a sobrevivência, a exemplo, a educação, a saúde e a segurança. Como
resultado, o que estamos percebendo na RMC é um discurso de governos
autoritários, pois durante a Ditadura Militar Brasileira o então Ministro da
Fazenda Delfin Neto dizia: “Primeiro precisamos fazer o bolo crescer, para
depois reparti-lo”. Analogicamente falando, na Região de Campinas durante todo
esse tempo vimos o bolo crescer, porém, repartir com a população ainda é um
sonho para muitos. Considerações finais: Inquestionavelmente, não adianta tanta
pujança e riqueza se não for transposta para os cidadãos pagadores de tributos.
Devemos comemorar a riqueza em meio tanta pobreza, principalmente aquelas que
ferem a dignidade humana, a educação, a saúde e a segurança, etc.? Repito a
exaustão, esse é o grande desafio dos administradores que tomarão posse em
janeiro de 2013, transformar toda essa riqueza em qualidade de vida, e mais, esses
futuros governantes já iniciarão o ano novo comendo uma parte desse bolo, ou
seja, os seus dividendos já foram aumentados e aprovados pelas Câmaras. Será
que essa riqueza está sendo dividida somente para aquelas pessoas que
depositamos e confiamos o nosso voto? Acorda Brasil!
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