Não
é de hoje que os nossos governantes nos pregam surpresas com as Políticas
Educacionais. A mais recente está relacionada à obrigatoriedade para os país
matricularem os seus pupilos a partir dos 4 anos na Pré-escola; assim, a
Educação Básica passa a ser obrigatória dos 4 aos 17 anos de idade. Analisando
toda a conjuntura da sociedade brasileira referente às responsabilidades que a
escola assumiu (ou tenta assumir), essa Lei está antecipando a aprendizagem ou transferindo
a responsabilidade para uma Instituição que está saturada por fazer a parte que
caberia às famílias ou aos responsáveis? E mais, cientificamente falando,
quando uma criança está preparada para enfrentar a vida educacional e coletiva?
Essa Lei não afastará os filhos dos pais, em um momento de extrema importância,
ou seja, o da formação do caráter do indivíduo e da afetividade materna? Ressaltando,
as situações em que os pais realmente necessitam deixar seus filhos em
escola/creche para trabalharem e, não por obrigação. A escola substituirá a
família? São muitas perguntas, e com certeza, temos poucas respostas, portanto,
segundo o Filósofo francês Voltaire (1694-1778): “Devemos julgar um Homem mais
pelas suas perguntas que pelas resposta”. Contudo, o grande desafio é fazer com que as
escolas (Pré-escolas) estejam preparadas com estruturas, Currículos e uma Pedagogia
inovadora para atender esses pequenos que chegarão. Vivemos hoje em um contexto
no qual colhemos os frutos de Políticas mal sucedidas na educação formal, espera-se
que essa não seja mais uma. A priori, a população brasileira necessita sim de
aumentar os anos de escolaridades, porém, um pouco de precaução não faz mal a
ninguém, pois não se sabe ao certo se colocar uma criança com idade precoce na escola
trará resultados positivos ou negativos. O incompreensível é que até pouco
tempo trouxeram para os Currículos escolares propostas teóricas importadas de
outros países, a exemplo o Construtivismo e o Sociointeracionismo, pregando que
o indivíduo tem o seu nível e etapas de aprendizagem, e que forçar essas
estruturas acarretarão em consequências negativas ao estudante. Por
consequência, vale a pena buscar um referencial teórico do suíço Piaget: “A
criança evolui cognitivamente por estágios”. Partindo desse pressuposto,
adiantar essas etapas não poderia prejudicar a criança no desenvolvimento socioafetivo
em relação aos pais? Considerações finais: O que está concebendo nessa lei é
que para transferir responsabilidades para as Instituições Educativas e isentar
os verdadeiros responsáveis pela educação e formação de caráter das crianças,
joga-se pelo ralo as próprias teorias educacionais importadas de outros países,
o Construtivismo e o Sociointeracionismo, isto é, essa Lei entra em contradição
com a própria linha de pensamento da Educação Formal, e mais, criada pelo
próprio Estado. Reflexão: Será que as pessoas que fazem as Leis conhecem
realmente as Escolas de hoje e as famílias?
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Twitter: https://twitter.com/albertomarques3
Facebook: http://www.facebook.com/home.php
Cidade:
Hortolândia/SP.
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