Analisando o episódio em uma
escola na cidade de Paulínia/SP, em que duas alunas (uma pessoa que vai até à
escola para brigar, pode ser chamada de aluna?) se agrediram fisicamente na
sala de aula, perante aos colegas e o professor, indaguei sobre vários pontos.
A priori, quero deixar claro que a intenção aqui não é advogar em nome do
professor, primeiro porque não sou especialista em direito e segundo não
presenciei o fato. Partindo desse pressuposto, utilizarei uma frase do Poeta
português Fernando pessoa: “Tudo em nós é o ponto onde estamos”. Em outras
palavras, e fundamentando o meu pensamento, não presenciei o fato ocorrido nesta
escola, porém, com a experiência de sala de aula, que já somam 14 longos anos
de dedicação, não tenho dúvida, está caminhando para o caos, e mais, culpando
somente os professores. Por consequência, também não estou condenando as alunas
e, sim as suas atitudes, pois na falta do diálogo eclode a guerra e, diga-se de
passagem, o que está faltando para essa geração é a falta de diálogo, punição e
imposição de limite. O resultado é o que estamos presenciando, crianças e
adolescentes contrários às normas e regras. Contudo, mesmo reconhecendo esse
barril de pólvora em que está se transformando a escola, toda essa situação
deve ser analisada antes de emitir um juízo de valor contra o professor, pois se
corre o risco de punir as pessoas erradas. Por outro lado, tem aqueles que às
vezes conhecem o chão da sala de aula pela “telinha do Globo”, ou acredita que
existe justiça em nosso país, dirá: “Por que aquele professor não fez nada”? Primeiro
para os desavisados, eu já presenciei situações em que o professor foi separar
uma briga de dois “marmanjos” e saiu no prejuízo, um dente quebrado e uma
luxação no ombro, e mais, os dois que estavam brigando, ficaram amigos, e apontaram
o professor como inimigo, dizendo que iria pegá-lo na saída. E se no momento da
separação da briga, esse professor arranhasse uma das adolescentes, e a mesma
dissessem que foi agressão do professor? Qual seria a reação dos responsáveis
pelas meninas, ainda mais em um país que a justiça é injusta e sempre a corda
arrebenta para o lado mais fraco? Pode acreditar, já presenciei alunos dizendo
para o colega, que se arranhou tudo para transferir culpa para a professora.
Complicado, não? Somente quem está dentro da sala de aula sabe disso, ou os
comentaristas apressados, também sabem? Se sabem, por que estão condenando
antes de saber como ocorreu o fato, e mais, por que poucas pessoas tentaram
procurar o professor e ser solidário, saber realmente o que aconteceu? Ao
contrário disso procurou-se malhar o Judas, sobretudo a mídia. Considerações
finais: Por incrível que pareça neste país todos têm o direito de defesa, até
um monte de políticos lacaios, envolvidos com o Mensalão. Por que os
professores são calados e condenados antes do veredito? Não nos restam dúvida,
quando está envolvido escola e professor, a corda sempre arrebenta para o lado
mais fácil. Reflexão: Enquanto não ouvir as partes envolvidas em conflitos
escolares sempre se julgarão as pessoas erradas e varrendo a sujeira para
debaixo do tapete, e o resultado é o que estamos presenciando, o caos nas
escolas.
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor da Rede Pública do Estado de São
Paulo e Escritor de artigos de opinião.
Especialista em História pela Unicamp. Pós Graduação:
Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM, (Grupo de Estudos de Políticas
Educacionais na Pós Modernidade).
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
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Cidade: Hortolândia/SP.
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