“Todo
dia, era dia de índio, mas agora ele só tem o dia 19 de abril”. Composição de
Jorge Bem Jor, cantada por Baby Consuelo, na década de 80. O que a letra tem em
comum com o “Dia do índio” e os povos indígenas no Brasil de hoje? O
esquecimento. Baby Consuelo caiu no esquecimento, e os indígenas também foram
esquecidos no tempo. Diga-se de passagem, a data foi uma invenção do Presidente
Getúlio Vargas no ano de 1940, através do decreto lei número 5.540. Em outras palavras, a escolha do mês de abril
foi devido à realização do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano que
aconteceu em abril de 1940, no México. No entanto, passados aproximadamente 73
anos esses verdadeiros donos da terra não têm muito a comemorar, visto que suas
terras e direitos foram usurpados pelos homens brancos. A priori, hoje esses não têm nem o dia 19 de
abril, quem dirá os 365 dias do ano. De primeiros habitantes encontrados pelos
portugueses, aos últimos, esquecidos por brasileiros, principalmente pelos
nossos legisladores e governantes que não reconhecem os seus direitos constitucionais.
Longe aqui de idolatrar indígenas e romantizá-los, mesmo por ter sofrido todos
os tipos de barbárie no passado com a invasão dos europeus, causando impacto
cultural. Contudo, a missão mais difícil hoje é lutar contra o inimigo interno,
como os fazendeiros, garimpeiros, grileiros, madeireiros e até os governantes,
sem falar nos delinquentes, ateadores de fogo. Não se trata aqui de políticas conservadoras,
isolar os indígenas deixá-los afastados dos considerados “civilizados”, e sim
fazer com que tenham acesso às benfeitorias tecnológicas sem perder as suas
tradições. Muitos não conseguiram ainda
a demarcação de suas terras e ainda sofrem o impacto do encontro com os
brancos, com doenças, alcoolismo, prostituição e a aculturação. Considerações
finais: Quem sabe refletindo sobre os indígenas, sensibilizamos com outros
segmentos excluídos em nossa sociedade, a exemplo dos descendentes dos
escravos, dos pobres, dos desempregados, das mulheres e uma maioria de
excluídos da história deste país. Todos esperam por este dia, tomara que não
demore mais 513 anos.
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
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